Primeira edição da ArtBh busca valorizar Minas Gerais no polo artístico internacional


Armando Queiroz da Galeria Orlando Lemos
A arte mineira estará mais próxima do público e do mercado de arte a partir desse sábado. Belo Horizonte terá a sua primeira edição da ArtBh, feira de arte moderna e contemporânea que ocorrerá no Minascentro dos dias 23 a 26 de maio.

Primeiro evento do setor na cidade, a ArtBh é promovida pela Stand Marketing Cultural, e tem o objetivo de inserir Minas Gerais no circuito comercial e artístico nacional e internacional.
Pensada para galeristas, artistas, colecionadores, gestores e curadores de espaços culturais, além do cidadão comum, a feira apresentará ao visitante 15 galerias e mais de 300 artistas brasileiros. Ela será uma oportunidade para estabelecer diálogos e relações com a arte moderna e contemporânea, aproximando, principalmente, vendedores e compradores.

Diálogos com o artista

Na proposta da ARTBH, galerias aproximarão o visitante de seus artistas representados. Com o Projeto Solo, cada expositor vai destacar, em espaço individual e especial, um artista com o qual trabalha suas obras.

Entre os participantes, destaque para a Quadrum, com os trabalhos da Amélia Toledo; Galeria Orlando Lemos, com o artista Armando Queiroz; para a Galeria Celma Alvim, destacando as criações de Marcos Coelho Benjamim.

Em paralelo, a galeria de arte Celma Albuquerque introduzirá um artista representado por dia no espaço do Projeto Solo. Fundada em 1988 pela colecionadora homônima, é comandada há 16 anos por seus filhos, Flávia e Lúcio Albuquerque. A galeria possui reconhecimento internacional através de suas exposições e artistas apresentados, trabalhando de forma exclusiva com arte contemporânea em um amplo espaço localizado na capital mineira.

Destaque mundial

 Damien Hirst da Galeria Dotart
Além da beleza do próprio nome, Belo Horizonte já é conhecida por sua diversificada produção artística. Enriquecê-la e destacá-la como polo cultural nacional e internacional é um objetivo da ArtBh – apresentar ao mundo novos criadores além desse horizonte. 

Ao visitar a feira, profissionais poderão se aproximar das galerias em exposição e dos artistas representados, resultando em um maior alcance e expansão do mercado de arte mineiro. Entre os expositores, está a Quadrum Galeria. Atuante no mercado nacional há 18 anos, possui trabalhos de 31 artistas e de 45 em acervo. 



Gabriela Albergaria da Galeria Quadrum 
Proprietários da Quadrum, Goodson Caldas e Adelso Macedo enxergam esta primeira edição como mais uma ação positiva para a valorização do cenário local. “Nosso estado está se empenhando em criar museus e centros culturais. Portanto, a feira será mais um grande passo no sentido cultural”, afirmam.

No estande da Quadrum, serão exibidas obras de Anna Bella Geiger, Amélia Toledo, Amilcar de Castro, Gustavo Lacerda, além da portuguesa Gabriela Albergaria, cujos trabalhos estão em exposição na galeria até o dia 12 de junho.

Expansão

A ArtBh poderá agregar e expandir o público do mercado de arte. Segundo a empresa organizadora, a expectativa é alcançar um número de cinco mil pessoas. Segundo pesquisa da Associação Brasileira de Galerias de Arte Contemporânea, Belo Horizonte possui uma fatia de 6% do mercado consumidor brasileiro - contra 60% de São Paulo e 17% no Rio de Janeiro (dados de 2011).

Se a expectativa for alcançada ou superada, a porcentagem de participação e influência da capital mineira poderá influenciar positivamente no mercado de arte local e global. Assim esperam os galeristas expostos, os artistas representados e o público apreciador de arte.

Galerias Participantes
Beatriz Abi Ackel
Dotart Galeria
Celma Alvim
Celma Albuquerque
Colecionador (RJ)
Gabinete de Arte k2o (DF)
Hilda Araújo (SP)
Lemos de Sá
Manoel Macedo
Murilo de Castro
Orlando Lemos
Proarte (SP)
Quadrum
Sérgio Gonçalves (RJ)
Toulouse (RJ)

ArtBh
23 a 26 de maio
Minascentro 
Av. Augusto de Lima, 785 – Centro, Belo Horizonte 
Informações: (31) 3593-8006
Sábado, segunda e terça-feira, das 14 às 22 horas
Domingo, das 13 às 20 horas
Entrada franca



SONS NOTURNOS

Estala, canta a folha da palmeira,
Embalsamando os ares de harmonia,
Depois definido, tímida e macia,
Nesse drama da noite feiticeira.

Sorri, soluça e geme a capoeira...
E o vento, ouvindo a triste melodia,
Vai rindo, loucamente, de ironia
Nos ramos denegridos da mangueira.

Enfim, tudo emudece, de repente
Tristíssimo silêncio a noite abraça
Como pausa de etérea serenata...

É da coruja fúnebre somente
O gargalhar estrídulo perpassa
O taciturno âmago da mata.

Sons noturnos é um poema que revela o caráter multifacetado da obra do artista colatinense Dionísio Del Santo (1925-1999). Ao soneto decassílabo impecável se juntam obras que transitam entre a pintura, a serigrafia, o desenho, a gravação e a serigrafia. Artista premiado, Dionisio Del Santo está entre os nomes de destaque do movimento Modernista brasileiro Filho de lavradores italianos, foi na biblioteca do Seminário Seráfico de São Francisco de Assis, em Santa Teresa, que o jovem aspirante a padre descobriu o amor pela arte. Interessou-se por Botticelli, Portinari, Van Gogh e reproduzia em papel quadriculado, ícones da pintura clássica e moderna. Estudou geometria, perspectiva e realizou variados projetos arquitetônicos. Convocado pelo serviço militar, mudou-se para Vila velha, e prestando serviços como cabo no Batalhão de Caçadores. Posteriormente, lecionou latim, língua portuguesa e matemática numa escola do Rio de Janeiro. Desempenhou variadas atividades no campo da arte, entre elas foi professor de Gravura no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro. 

Dionisio Del Santo desenvolveu uma série de obras, em mais de 50 anos de trabalho,  dentre elas variadas xilogravuras, especialmente de 1953 a 1959. A critica descreveu este trabalho como sendo uma "faceta expressionista" dessa linguagem. O poeta desenvolveu uma intimidade com a linha, elemento básico do desenho, e com ela construiu uma obra elaborada e harmônica.
 Observamos grupos de linhas paralelas produzindo efeito de vibração. Foi na década de 70, e inspirado na serigrafia, que Del Santo desenvolveu essas obras "de conotação cinética", ou seja, que se modificam na medida em que o observador se desloca.
Del Santo explorou com profundidade o universo da serigrafia. Ele utilizou elementos que apreciava (as linhas, as cores, a estrutura geométrica), compondo-os com signos que revelam diferentes fases de produção. As serigrafias foram desenvolvidas, especialmente, entre os anos de 1966 e 1997.

Entre 1992 e 1998 o artista produziu um conjunto de obras que denominou "fragmentos ritmicos". Mais uma  ação com propósito de renovação da sua linguagem individual. Del Santo declarou: "considero que a preseverente elaboração da obra constitui-se na meta fundamental  que o designio celeste me determinou na vida". Se tenho cumprido a contento essa meta, cabe aos apreciadores perceber intuitivamente ou julgar segundo os seus conhecimentos".
O crítico Carlos Chenier declarou que Del Santo "foi sempre um asceta. Mudou somente quando sentiu necessidade estética para adquirir sua própria dicção e vocabulário plástico".
 O artista possui vários prêmios, entre eles o "Prêmio Itamarati de aquisição", 1967; "Salão Nacional de Arte Moderna. Prêmio isenção do juri", 1968; "V Salão de Arte de Belo Horizonte. Prêmio de aquisição", 1973.
 Del Santo produziu um caderno de poesia intitulado "Flores murchas", com cerca de cem sonetos. nele há títulos como Inspiração, na floresta, Colatina, Amor, Serenata, Veneração, entre outros.
Renata Bomfim
Artista plástica e poeta 
Catálogo do Museu de Artes do ES/ MAES

Primeira publicação de Dayse Egg de Resende, livro mostra a trajetória de artista francês radicado no Espírito Santo


“[...] Para você, caro apreciador de arte, para você apreciar, amar meus quadros há de esquecer que fui eu quem os pintei, esquecer quem sou como pessoa porque a pessoa é apenas uma persona, uma máscara que diz que não é o que parece ser, o quadro me leva em um ‘lugar-de-mim’ que não é eu mas que, entretanto, precisa de mim. Sou o pai do meu quadro porém o pai adotivo e a adoção não foi eu que a fiz, foi o quadro. [...]”

Gilbert Chaudanne


A primeira vez que viu Gilbert Chaudanne, Dayse Resende era uma estudante de pré-vestibular de 17 anos de idade. Sentado em uma mesa, acompanhado de um livro e uma xícada de café, no Centro Praia Shopping, o artista francês, já conhecido em toda Vitória por suas Madonas e livros artesanais, chamou a atenção da jovem pela sua aparência e postura. 

“Talvez pelo seu jeito de vestir, seu cabelo comprido, o olhar azul que sorri e dá bronca, que vê e mostra, e principalmente seu jeito singular de falar”, conta hoje a artista plástica, empresária e advogada, que hoje permanece amiga e apreciadora dos trabalhos de Chaudanne.

Ao ter maior contato com o artista, com seu estilo de vida e método de criação, Dayse Resende percebeu a relevância da figura de Chaudanne enquanto artista e articulador cultural. Notou sua grande contribuição para a o cenário artístico e para uma geração de artistas locais.

“Ele teve uma participação relevante na década de 80 e 90 nas áreas das artes plásticas, literatura e teatro com uma vasta e volumosa produção artística, que teve uma grande contribuição: a preservação da memória das artes do estado do Espírito Santo”, enfatiza.

Dayse compreendeu a importância e urgência em organizar, registrar e comunicar a vida e obra de Gilbert Chaudanne, para que não se perdesse


pelo tempo, nas mudanças físicas, geográficas e pessoais a que 
somos acometidos. Nesse intuito, se assumiu como pesquisadora e levantou todos os documentos do processo de criação do artista. São cadernos e livros artesanais, folhas avulsas, anotações desorganizadas e misturadas, que materializam as ideias, os pensamentos, a construção do objeto artístico de Chaudanne. 

Essência da criação

Entre encontros semanais, visitas à residência/ateliê e entrevistas, Dayse precisou, aos poucos, conquistar o espaço de Gilbert, para assim ter acesso aos seus inúmeros documentos, e então fazer o levantamento, registro e organização de dados.

A pesquisa resultou na obra Engenho de Dentro - Gilbert Chaudanne, que inaugura a série O Artista e seu Duplo, e trata da trajetória desse artista francês radicado há 30 anos no Espírito Santo, explorando seus documentos de processo criativo, relações e experiências vivenciadas. Enquanto autora, Dayse procurou evidenciar, de maneira simples e sutil, a essência criadora de Gilbert Chaudanne, destacando suas vivências e características singulares: 

“Chaudanne possui uma impressionante capacidade produzir inventivamente e por em prática cada ideia. Isso norteia, inclusive, o nome do livro, que é o engenho de dentro de tudo isso: criar e realizar com pouco ou recurso financeiro, mas, de forma intensa, envolvendo grupos e a sociedade em seus projetos”. 

Como destaca a autora, o importante em sua busca é conhecer e compreender a essência das coisas, estabelecendo relações e construindo conhecimento. O artista produziu inúmeros trabalhos e criou diversas e originais ideias: 16 livros artesanais publicados; participação em mais de 18 obras com texto de apresentação ou ilustrações; mais de 300 palestras proferidas; 800 cartazes artesanais de divulgação de eventos ou projetos; mais de 2000 pinturas; cofundação e participação do Grupo de Teatro Tarahumaras; mais de 100 exposições, coletivas e individuais.

                                 

Durante a pesquisa, foram catalogados 960 documentos sobre o processo de criação de Chaudanne. Dayse afirma que sua principal intenção, ao publicar esta obra, deriva do verbo instigar, e objetiva o olhar e acesso de novos pesquisadores. “Que o livro seja um instigador e reverberador de interesse para que outras pessoas possam pesquisar Chaudanne para a área da literatura e do teatro também. Um fomento e gerador de interesse para estudo de artistas e autores capixabas nas universidades de todo o país”;

Em Engenho de Dentro - Gilbert Chaudanne, o leitor poderá adentrar o universo criador do artista. A obra se apresenta como o registro e comprovação de toda a produção multifacetada e global de Chaudanne. Com apoio da Lei Rubem Braga, Instituto Sincades, Cecon e Multiscan, a publicação chegaou aos olhos do público capixaba no dia 14 de maio, lançada na Biblioteca Pública Estadual do Espírito Santo.


Sobre a autora
Advogada e artista plástica, Dayse Egg de Resende trabalha sob o compromisso e objetivo de representar e promover obras de arte inovadoras e singulares para o Espírito Santo, que provoquem os visitantes a refletir sobre arte contemporânea.

Proprietária do Escritório de Arte Dayse Resende desde 2009, atua como curadora e consultora de arte, além de articuladora cultural. Dayse também coordena um blog, onde dissemina conteúdo de ideias, projetos e curiosidades sobre design, arquitetura e artes. A página dispõe de conteúdo especializado acessível para estudantes e profissionais, introduzindo um material sobre a cena artística capixaba, além de diferentes linguagens e suportes no campo da arte. 

Com a presença de artistas, escritores, decoradores, arquitetos e demais figuras importantes de Vitória, o lançamento do livro Engenho de Dentro - Gilbert Chaudanne contou com uma palestra entre a autora e o artista, assim como uma sessão de autógrafos. 









Lançamento do livro Engenho de Dentro – Gilbert Chaudanne
Autora: Dayse Egg de Resende

14 de maio (quinta-feira), das 19h às 21h

Biblioteca Pública Estadual do Espírito Santo

Av. João Batista Parra, 165 - Praia do Suá, Vitória-ES

Aberto ao público


Informações à Imprensa:

Ana Luiza Calmon
(27) 99248.8400

contatodayseresende@gmail.com
analuizacro@gmail.com

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ATENÇÃO:

Os ingressos para recebimento de um exemplar gratuito do livro estão esgotados, mas tentando atender a inúmeros pedidos, disponibilizaremos uma lista de interesse durante o evento.

A Biblioteca Pública do Espírito Santo e o Escritório de Arte Dayse Resende convidam para coquetel de lançamento do livro Engenho de Dentro - Gilbert Chaudanne, de autoria da escritora e artista plástica Dayse Egg de Resende.

O livro inaugura a série "O Artista e seu Duplo", que propõe traçar a trajetória, o processo de criação e o perfil de artistas do Espírito Santo, começando pela vida e obra do artista francês Gilbert Chaudanne, radicado no estado há 30 anos e que marcou uma geração de artistas capixabas.

Com apoio da Lei Rubem Braga, Instituto Sincades, Cecon e Multiscan, Engenho de Dentro - Gilbert Chaudanne será lançado no dia 14 de maio, na Biblioteca Pública do Espírito Santo, a partir das 19h.


Sobre a autora

Advogada e artista plástica, Dayse Egg de Resende trabalha sob o compromisso e objetivo de representar e promover obras de arte inovadoras e singulares para o Espírito Santo, que provoquem os visitantes a refletir sobre arte contemporânea.

Proprietária do Escritório de Arte Dayse Resende desde 2009, atua como curadora e consultora de arte, além de articuladora cultural. Dayse também coordena um blog, onde dissemina conteúdo de ideias, projetos e curiosidades sobre design, arquitetura e artes.


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