Arte é livre expressão
Arte é interdisciplinaridade
Arte é interdisciplinaridade
As artes fornecem um dos mais potentes sistemas simbólicos das culturas e auxiliam os alunos a criar formas únicas de pensamento. Em contato com as artes e ao realizarem atividades artísticas, os alunos aprendem muito mais do que pretendemos, extrapolam o que poderiam aprender no campo específico das artes. E, como o ser humano é um ser cultural, essa é a razão primeira para a presença das artes na educação escolar. (FERREIRA, 2001, p32).
Numa sociedade em que a divisão do trabalho é fator determinante e as pessoas estão cada vez mais especializadas, a arte seria uma forma de resgatar a totalidade. Totalidade esta, que envolve as várias dimensões do ser humano: afetiva, cognitiva e social, numa relação integradora de emoção e razão, afetividade e cognição, subjetividade e objetividade, conhecimento e sentimento... Fragmentam-se as funções, fragmentam-se os olhos, fragmenta-se o pensamento e assim as pessoas se tornam incapazes de perceber e atuar na sua totalidade. São pilotos, engenheiros, agrônomos, professores de artes visuais, professores de artes cênicas... São indivíduos fragmentados
 Paulo Fernandes, pesquisador da herança e do conhecimento africano no Ocidente .
Matéria de Lívia Corbellari para o Jornal Século diário
Mucane vai sediar roda de conversa Africanidades e Tranversalidades
O evento, organizado por Paulo Fernandes vai discutir a herança do conhecimento africano no Ocidente
Com a iniciativa de incentivar a inclusão desse ensino nas escolas, Paulo Fernandes está organizando a roda de conversa Africanidades & Transversalidades. O evento começa nesta quarta (7) e se encerra na sexta-feira (9),  sempre das 13h30 às 17h30, no Museu Capixaba do Negro, o Mucane. O  evento é gratuito e destinado a professores, diretores escolares e  pedagogos da rede pública. Há 20 vagas disponíveis.
“A roda de conversa propõe um ambiente mais descontraído e mais próximo  do que o seminário. O objetivo é abordar de forma didática as temáticas  sobre as matrizes africanas junto aos educadores”, explica Paulo. Para o  pesquisador, ainda há muito desconhecimento diante da ciência e da arte  sofisticadas dos povos africanos, que ainda são descritos como  primitivos. “Vamos tratar de diversos assuntos a fim de descolonizar o  conhecimento e revelar a verdadeira herança da África para o mundo”. 
Paulo também acredita que a informação seja um dos instrumentos mais  importantes para romper o preconceito, “o racismo está ligado ao  desconhecido, na incapacidade de respeitar o outro que é diferente de  mim”, diz. Ele ainda lamenta que a tecnologia dos povos africanos seja  discriminada como primitiva, “como um conhecimento matemático altamente  desenvolvido que serviu de base para diversas formas arquitetônicas  europeias ainda é considerado inferior?”, questiona.  
Além da matemática, Paulo cita a arte e a cultura africana, que precisa  ser melhor compreendida e superar o conceito de apenas exótica. Para  tratar melhor desse tema, durante a roda de conversa também vão  acontecer oficinas. São elas: Estampas: Símbolos e Grafias Africanas, Exercício/Consciência corporal e Percepção: Espaço e forma. Paulo  explica que as oficinas abordam principalmente temas ligados a  expressão corporal, que ele também trabalha junto com a Enki Companhia  de Dança, na qual ele é diretor.  
Na noite de abertura será exibido o vídeo-documentário África antes da colonização europeia. O filme enfoca aspectos do continente africano, como dimensões  geográficas, topográficas e demográficas, suas variações climáticas, os  grandes impérios e reinos, peças artísticas e utilitárias, a pluralidade  , entre outros assuntos. Além da cultura bantu, que influenciou  expressivamente as manifestações culturais no Brasil e, em particular,  no Espírito Santo.
“O povo capixaba desconhece suas origens africanas, que estão muito  presentes na música, por exemplo. A musicalidade do povo bantu serviu de  referência para ritmos como o xaxado e o baião, além do congo e da  nossa festa de Folias de Reis. O filme fará essa breve introdução aos  diversos assuntos que serão tratados durante a roda de conversa”, conta  Paulo Fernandes. 
Serviço
Roda de Conversa Africanidades & Transversalidades aconte  de quarta (7) a sexta-feira (9), das 13h30 às 17h30, no Museu Capixaba  do Negro. Avenida República, 121, Centro. Inscrições: 20 vagas, no  Mucane.
Paulo Fernandes é uma artista, coreografo, dançarino, e diretor da Cia Enki de Dança Primitiva Contemporânea.
 Essa matéria foi publicada originalmente no Jornal on line Século diário  e foi escrita por  Lívia Corbellari para o jornal on line Século diário.
 06/05/2014 08:38 - Atualizado em 07/05/2014 12:25
Capturada em:http://seculodiario.com.br/16708/17/mucane-vai-sediar-roda-de-conversa-iafricanidades-e-tranversalidadesi-1
 
 






 

