Texto publicado na Folha de S.Paulo / 5 outubro 2015.

Tendências/Debates

PAULO FELDMANN

O empreendedorismo é a saída

Cerca de 3,5 milhões de trabalhadores já perderam seus empregos no Brasil só neste ano. Desemprego é um dos maiores problemas de qualquer nação, principalmente em um momento de extrema dificuldade econômica, recessão persistente e conturbação política.

Não se pode imaginar que esse enorme contingente poderá ser novamente absorvido pelo mercado, principalmente considerando o cenário projetado para a economia do país até 2017. Geração de novos empregos no Brasil ainda é algo remoto e não pode ser considerada nos próximos dois anos, pelo menos.

O que fazer? Transformar essa massa de desempregados em pequenos empreendedores. Esse caminho está sendo trilhado por inúmeros países, diga-se de passagem, com muito sucesso. A Espanha, depois de uma de suas piores crises, pós-2008, começou a se erguer com base em programas de forte apoio ao pequeno empreendedorismo.

Claro que isso não será fácil em um país como o nosso, que nunca deu muita atenção a esse segmento. Basta dizer que enquanto na maioria dos países europeus a pequena empresa é responsável por mais da metade do PIB –ultrapassando os 60 % na Alemanha e na Itália– no Brasil elas ainda não respondem nem por 28% do PIB, apesar de as pequenas e microempresas, em número, sejam 99% do total de empresas existentes.

Ao contrário do que ocorre nos países europeus, o Brasil não possui políticas públicas que façam com que as pequenas possam enfrentar as empresas maiores. O que temos são programas como o Simples, que consagra o que se espera da pequena empresa: que ela seja satélite da grande.

Na Itália e na Alemanha, por exemplo, as pequenas são estimuladas a participar de consórcios que chegam a reunir mais de 200 empresas cada e, com isso, criam a massa crítica e a economia de escala necessária para enfrentar as grandes em pé de igualdade. A Itália é o país da pequena empresa. Uma das razões é que os jovens aprendem no ensino médio rudimentos de gestão e empreendedorismo.

O Brasil está tão atrasado nesses aspectos que os bancos por aqui ainda não oferecem microcrédito para quem se candidata a ser empreendedor. Microcrédito no Brasil continua sendo um produto no qual o setor financeiro busca ter um grande retorno, mas não é assim nem em outros países latino-americanos.

Na Colômbia e na Bolívia, o microcrédito é visto com um meio que permite ao desempregado fazer um investimento que possa ser pago em mais de dez anos e, muitas vezes, sem juros. Com isso, o desempregado pode comprar uma máquina de costura, uma prensa ou um computador e se transformar em um pequeno empreendedor.

Na Olimpíada de 2012, em Londres, o governo local determinou que a maior parte das contratações de serviços e obras fosse feita com pequenas empresas. Foi um sucesso. Por que não fizemos o mesmo com as demandas dos Jogos do Rio?

Não precisamos inventar a roda, pois soluções existem e já foram testadas. O que falta é vontade política para definir que a pequena empresa e o empreendedorismo serão prioridades em nosso país. Os desempregados agradecem.

PAULO FELDMANN, 66, é professor da USP e diretor da Alampyme - Associação Latino Americana de Micro e Pequenas Empresas.





Seguindo a programação do Escritório de Arte Dayse Resende para o 1º Circuito ArtES, no próximo dia 21 (quarta-feira), a galeria promove a mesa de debate Arte entre fronteiras. 
Realizada pelo artista plástico Luciano Cardoso (artista representado pela EADR), a mesa propõe discutir a função da arte na integração social.

Artista educador na Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais de Vitória (APAE), Luciano leciona desenho e pintura jovens e adultos da instituição. A oficina de arte estimula a criatividade e a manifestação do pensamento dos participantes. 

Seguindo essa proposta, o artista convidado irá apresentar a oficina e debater sobre a contribuição da arte para o lado intelectual e artístico do ser humano.  “Acredito que a integração social possibilitada pelo exercício da arte que nós, enquanto educadores, artistas e aprendizes, ajudamos a descobrir, é a própria essência de ato cognitivo. A manifestação do pensamento através das artes plásticas é um exercício de reciprocidade, onde os participantes se integram a permissões múltiplas”, conduz o artista.  A mesa Arte entre fronteiras será mediação da artista e empresária Dayse Resende, com duração de duas horas. A participação é gratuita, mediante confirmação de presença.
Mesa “Arte entre fronteiras - Apresentação da oficina de arte na APAE” com Luciano Cardoso e mediação de Dayse Resende
Data: 21/10 (quarta-feira)
Horário: 9h às 11h
28 vagas

Convidados:
Luciano Cardoso. Artista plástico pós-graduado em Arteterapia pela Ucam, suas obras utilizam linguagens como pintura, objetos, instalações, vídeos. Seu trabalho busca reabilitar formas em desuso via variadas técnicas
Dayse Resende. Artista plástica, advogada e empreendedora criativa, atua como consultora de arte, gestora e articuladora cultural. É proprietária do Escritório de Arte Dayse Resende, onde representa 17 artistas plásticos, presta consultoria a novos artistas e gerenciamento de carreira.

#circuitoartes #palestrasnoeadr #lucianocardoso


 Atelier Sandra Resende

Situado no bairro Jardim Camburi, Vitória, o Atelier representa duas artistas plásticas: a homônima Sandra Resende e a pintora naif, Joana Dárc Fortes. Irmãs naturais de Barbacena, Minas Gerais, Sandra e Joana residem no Espírito Santo há mais de 30 anos.

Proprietária do atelier, Sandra trabalha diariamente com arte. Pintora e desenhista por paixão, artista experimental por natureza, Sandra trabalha obras de arte abstratas, que têm como fio condutor a poética do lugar. Seu trabalho é pautado no desenho e na gestualidade, utilizando, para se expressar, elementos como texturas formadas pelo acúmulo das camadas de tinta, grafite ou giz de cera.

Em busca da universalidade da linguagem, a artista vai além do fator técnico, evidenciando elementos atemporais, eternos e contemporâneos.

Os trabalhos atuais da série Nova Riqueza

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Sandra Resende apresenta série de pinturas abstratas pautadas em suas pesquisas acerca da transformação de jazidas minerais do Brasil

Ao pesquisar sobre os modos de atuação dos principais garimpos brasileiros na contemporaneidade, Sandra se surpreendeu com a capacidade de renovação da natureza e de reestruturação do homem. A artista criou uma série de obras inspirada na memória e na transformação temporal desta paisagem. Intitulada Nova Riqueza, a série apresenta trabalhos que sugerem, de forma abstrata, esse ciclo de degradação e reutilização. Segundo a artista a trajetória que despertou seu olhar foi:

 “A movimentação das águas e das terras, o embate, o tempo, trouxeram para o meu trabalho uma fala que se junta numa demonstração de força e de poder de se reestruturar. Esse novo sentido conferido aos sítios de mineração, afirma que há lugar para esse novo olhar, seja ele pela força da própria natureza, dessas intempéries, ou pela ação do homem de revitalizar esse lugar”

A história dos garimpos brasileiros retrata a incansável busca pelo ouro, então símbolo de um bem durável que pudesse oferecer estabilidade caso encontrado, são as ferramentas que Sandra Resende encontrou pra tratar dos assuntos da sua Pintura. A intensa atividade de exploração mineral e a drástica degradação do solo resultaram em lugares “vazios”. Porém, anos depois, estes sítios foram transformados em paisagens revitalizadas e reutilizadas para novas atividades. Nova Riqueza, assim como os atuais trabalhos de mineração, vem propor um ciclo gerido pela sustentabilidade do homem nesse espaço, com a intenção de ressensibilizar aquela paisagem destruída.


“No meu trabalho, utilizo pigmentos e minerais que agrupam-se ou reagrupam-se misturando-se a outros materiais, matérias-primas do meu trabalho. Esse aglutinamento ou afastamento forma novos grupos ou ilhas, novas paisagens. É uma busca constante em busca de direções possíveis, assim como nas áreas de garimpo que hoje trabalham a transformação do lugar”, completa.

Detalhe do Mural do Convento da Penha
Além de objetos e desenhos, Sandra executa obras de arte sacra, que transitam entre o acadêmico/figurativo e o contemporâneo. A artista possui um acervo de obras sacras presentes em mais de 30 igrejas no Espírito Santo, a exemplo do campinho no Convento da Penha, em Vila Velha, e da Capela do Santíssimo de Coqueiral de Aracruz, inserida em uma comunidade indígena do município.

 Joana Dárc Forte Pintura Naif Circuito ArtES

Além das obras em exibição, o Atelier Sandra Resende preparou uma série de encontros artísticos para o mês. Toda a programação é aberta ao público.



Confira abaixo. Atendimento ao público de15 de outubro a 15 de novembro
Aberto de 12hs às 17hs, de quarta a domingo durante o período do Circuito Artes.

Atividades programadas
Dia 17/10 as 16:00
Encontros com a Arte
Café da Tarde com Sandra Resende e Joana Dárc Fortes

Dia 31/10 - 16h00
Encontro com a artista Joana Dárc Fortes- Arte Naif
Arte Sacra Contemporânea  "A pintura mural de arte Sacra no ES pelo olhar de Sandra Resende"

Obs.: Vagas limitadas - inscrição através do Whats App - (027) 999851300
 sandraresendeartistaplastica@gmail.com
Instagram: Sandra Resende Artista
www.dayseresende.com